Pesquisadores estão descobrindo novos detalhes sobre a última supererupção do vulcão Yellowstone, que aconteceu há cerca de 631 mil anos. Um estudo recente sugere que o evento pode ter sido mais complexo do que se imaginava, ocorrendo em diferentes fases e através de múltiplas aberturas no solo.
Um dos maiores complexos vulcânicos do planeta
Localizado dentro do Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, o vulcão homônimo está situado sobre um ponto quente — uma região da crosta terrestre com intensa atividade magmática. Essa condição geológica transformou Yellowstone em um dos maiores sistemas vulcânicos do mundo, responsável por três grandes erupções formadoras de caldeiras nos últimos três milhões de anos.
As três erupções principais foram: Huckleberry Ridge Tuff, há 2,1 milhões de anos; Mesa Falls, há 1,3 milhão de anos; e Lava Creek, há 631 mil anos, que formou a atual Caldeira de Yellowstone.
As erupções de Huckleberry Ridge Tuff e Lava Creek são classificadas como supererupções por terem liberado mais de mil quilômetros cúbicos de material vulcânico — o equivalente ao volume de aproximadamente 400 milhões de piscinas olímpicas.
Erupções em sequência
Em 2020, estudos indicaram que a erupção de Huckleberry Ridge Tuff não foi um evento único, mas sim uma sequência de três erupções separadas. A primeira e a segunda teriam ocorrido com semanas ou meses de diferença, enquanto a terceira aconteceu anos ou até décadas depois.
Agora, um novo relatório aponta que a erupção de Lava Creek pode ter seguido um padrão semelhante. Evidências sugerem que ela também não ocorreu de forma instantânea, mas foi precedida por outros episódios eruptivos menos intensos, separados por intervalos de tempo.
Pesquisas anteriores já indicavam essa possibilidade, com base em rochas vulcânicas encontradas na região, datadas do mesmo período da supererupção, mas que teriam se resfriado antes da principal explosão.
Quatro possíveis episódios eruptivos
A equipe responsável pela nova investigação encontrou, até o momento, quatro tipos distintos de rochas vulcânicas, o que pode indicar que pelo menos quatro erupções distintas ocorreram naquela época. Além disso, foram identificadas duas possíveis aberturas na crosta terrestre pelas quais o material vulcânico pode ter sido expelido.
Essas descobertas sugerem que múltiplas aberturas vulcânicas estiveram ativas ao mesmo tempo, ou em sequência, indicando que a erupção de Lava Creek foi um processo mais longo e dinâmico do que se pensava.
Próximos passos da pesquisa
Os cientistas pretendem continuar investigando as formações rochosas da região para entender melhor a cronologia e o comportamento do sistema vulcânico de Yellowstone. A expectativa é que as novas análises ajudem a reconstruir com mais precisão os eventos que marcaram a última supererupção e contribuam para antecipar possíveis padrões futuros.
Com essas informações, os pesquisadores esperam aprimorar os modelos de monitoramento e prever, com maior exatidão, o comportamento de grandes complexos vulcânicos como Yellowstone, cuja atividade pode ter implicações globais.